segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Isso eu vi, o vento leva

Dias de chuva me põe a pensar...principalmente quando a chuva é bem fraquinha com pingos intensos. É como se cada parte minha que necessita ir embora fosse um pingo caindo no chão e sendo rapidamente absorvido pelo solo. Hoje, o que vai embora é a raiva e todas as suas implicações.

Durante muito tempo eu me achava incapaz de sentir raiva de alguém, até julgava quem se dizia possuidor de tal sentimento. Questionava-me como era possível alguém sentir coisas tão ruins que só a consomem por outrem. Mas se tem algo que aos trancos eu aprendi com a vida é que ela te dá justamente o que você julga ser incapaz de sentir, suportar ou fazer. E não podia ter sido diferente justo agora, comigo...a garota que sempre possui soluções bem formuladas pra os outros, mas que não consegue desfazer as próprias covas que cavou; enfim, senti raiva.

Não raiva escancarada, gritante, vermelha. Raiva quietinha, fria, dura, amarga...coisas que, quem me conhece sabe muito bem, não tem absolutamente nada a ver com a minha pessoa. E, dias de chuva me doem também...mas nada, NADA, me doeu mais do que raiva.

Hoje, andando no meio de uma multidão eu pensei com os meus botões. Pra que alimentar um sentimento que dói mais que dor de amor? E vendo tanta gente você começa a perceber que existem pessoas que passaram por muitas piores e estão ali, em pé, sorrindo, andando de cabeça erguida. E no fim o que te resta é encontrar como esvaziar você de um sentimento ruim. E eis que vem novamente a chuva...ela limpa, ela acalma, ela passa...feito raiva, ela passa.

Hoje, o que vai embora é você, de dentro de mim, da minha vida e de qualquer lembrança. Quero pronunciar seu nome sem remorso, deixando a minha raiva passar...

Então, eu te perdoo.



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