segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Não tende ao infinito

Me apego fácil e rápido. E me sinto culpada por ser assim; por parecer um ser humano frágil, que a qualquer momento, a qualquer descuido seu pode quebrar. Acontece, meu querido, que mais uma vez a vida de surpreendeu; ela me enganou direitinho - cá estou tentando comover-me ao ver tudo pelo que meus olhos faiscavam se indo. Indo para fora de min, porque, na verdade, nunca esteve dentro o suficiente para ter título de meu.
Pois aqui está, sem dó nem tristeza, sua carta de despejo. Seja breve, odeio demoras. E além do mais quero arrumar a confusão que você fez. Confusão que me valeu demais - tanto que anularam-se meus caprichos de menina mimada e o que era paixão fez-se nada porque simplesmente perdeu a graça. E quando se perde a graça, se perde tudo: perde o valor, a vontade, a cor e até o tesão (Por que não?!).
No fundo é como o desapego. Foi como fiz há umas semanas com minhas velhas revistas sobre moda: joguei-as fora! Depois de um tempo você percebe que existem coisas tão fúteis e inúteis que devem ser jogadas fora. Enfim, desapeguei aos caprichos de menina mimada. Agora tenho sonhos e desejos de mulher que não cabem a você, meu querido, realizá-los.
Você não conseguiria.

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